Cinco anos sem caça furtiva de elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique
As first appeared in Prestigio, in Mozambique here. Written by Refinaldo Chilengue.
October 24 2022
Reviravolta notável para a paisagem icônica onde os caçadores mataram 90% dos elefantes durante a guerra civil do país
Nenhum elefante foi morto por caçadores furtivos em cinco anos no Parque Nacional da Gorongosa, localizado na província central moçambicana de Sofala.
Esta informação foi prestada no dia 20 de Outubro de 2022, em Maputo, pelo chefe do Departamento de Conservação do Parque Nacional, ngelo Levi, durante um debate subordinado ao tema Os Desafios da Conservação da Vida Animal e Florestal, promovido pelo Nedbank Moçambique, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Animal.
Levi lembrou ainda que, há dois anos, nenhum leão é apanhado em armadilhas de caçadores furtivos no icónico destino turístico de Moçambique.
Os principais fatores para o sucesso na área de conservação de 6.700 km2 foram o bom desempenho da fiscalização da fauna, 95% dos quais foram recrutados localmente, e a crescente conscientização das comunidades, especialmente as da zona tampão, destacou ngelo Levi.
A população de elefantes na Gorongosa está actualmente estimada em 781, o que representa um crescimento populacional de 31%, tendo em conta que em 1972-1977 existiam cerca de 2.500 animais, e em 2000 eram menos de 250, em consequência da devastadora guerra civil guerra entre forças governamentais e guerrilheiros da RENAMO (1976-1992).
Por sua vez, a população de leões da Gorongosa era, em 1972-1977, estimada em cerca de 200 espécimes, número que caiu para cerca de 30 quando terminou a guerra civil, e estima-se que existam hoje cerca de 150, segundo dados Resultados do censo de 2020.
Levi disse que o crescimento da manada de elefantes foi ainda potenciado pela reintrodução de seis novos exemplares deste maior mamífero terrestre em 2008, ano em que o Parque Nacional da Gorongosa passou a ser oficialmente gerido ao abrigo do Acordo de Longo Prazo entre o Governo de Moçambique e a Fundação Carr, um pacto que inicialmente deveria durar 20 anos, mas foi prorrogado até 2043.
Refira-se que, ao contrário de outras espécies, os leões do Parque Nacional da Gorongosa não beneficiaram de reforço populacional através de translocações, sendo apenas resultado de reproduções daqueles que sobreviveram à guerra civil.
Com base nos números do censo de 2020, estima-se que existam aproximadamente sete mil espécies de flora e fauna no Parque Nacional hoje.
Atualmente está em andamento o censo de 2022, que deve trazer dados mais atualizados, a serem divulgados em princípio no primeiro trimestre de 2023, segundo Levi.
Tendo anteriormente existido como reserva de caça, assumiu o estatuto de Parque Nacional da Gorongosa em 1960, situando-se no limite sul do Grande Vale do Rift Africano, no “coração” da região Centro de Moçambique.
Sofreu fortemente com os efeitos da guerra civil, surgindo os primeiros sinais de restauro em 2004 que se aceleraram com a intervenção efetiva do filantropo americano Gregory Carr em 2006, formalizada dois anos depois e cujos resultados já estão à disposição de todos.
Um dos objetivos a longo prazo da PNG é estender a área de proteção até ao Oceano Índico, através da Reserva Nacional de Marromeu, até aos mangais do delta do Rio Zambeze, para além de garantir que 50% dos seus colaboradores sejam mulheres pela ano de 2025.
This article is reproduced here as part of the African Conservation Journalism Programme, funded in Angola, Botswana, Mozambique, and Zimbabwe by USAID’s VukaNow: Activity. Implemented by the international conservation organization Space for Giants, it aims to expand the reach of conservation and environmental journalism in Africa, and bring more African voices into the international conservation debate. Written articles from the Mozambican and Angolan cohorts are translated from Portuguese. Broadcast stories remain in the original language.